ESSE GALO É SEU?
Desde à hora do galo, aquela, característica da negação, os meus ouvidos beliscaram os meus olhos, que despertos até agora, ainda estão sem entender de onde aquele cocorico atrevido, se da direita, esquerda, se de cima...
Pela janela quando o dia pardo, tentei encontrar ao menos o vulto e os muros denunciaram nenhuma intromissão substancial.
Esse galo vindo do não sei onde, invadindo em ondas a tranquilidade do meu escuro inerte e ressonante em estardalhaço, por certo deve ter parte contigo, ou pelas tuas mãos ter sido alimentado; grãos de milho para a subtração de minha paz, do meu sono que ía largo!
Eu deixaria suas penas em rastro longo se o avistasse, improvisaria umas empadas, seria capaz inclusive de uma farofa até.
Três da manhã! Coisa tua e teus hábitos tardios ou matinais demais...
Esse galo, se não teu, arremedo de pombo-correio; a tua cara, decerto crista tal qual e coxas fortes. A sonoridade compatível: os berros, não conheço nada mais parecido.