DESCIDA AOS INFERNOS
A Confraternidade é que nos deveria mover todos os dias... Esse é o estranhamento ideológico na concepção dos condenados a pensar através da Arte, particularmente em Poesia. Talvez por isto quase todos os costumeiros freqüentadores do terreiro da Poesia rodopiem em cirandas maltrapilhas, mesmo que comensais da Palavra em sua indumentária de festa... E a roupa faz o monge... O artesão do poema tem que descer aos infernos, como queria Alighieri na sua "Divina Comédia", que é, por sinal, um manjar pra ser deglutido sem pressa! Assim Dante resguardou Beatriz, a musa que desceu aos infernos, ao coração navegante debaixo da superfície, na areia movediça do viver... Que a Fonte Original nos guarde em seus mistérios, amados!
– Do LIVRO DOS AFETOS, 2005/2009.
http://recantodasletras.uol.com.br/prosapoetica/1587068