Aquiescência grega
Aos gregos seja dada
Toda honra e glória da palavra.
Das rimas que faz a poesia,
Aos abismos da verbal filosofia
Tudo soar com doce afinidade, dos contrários,
À soma dos lados, às diferenças.
As tragédias, a morte com a vida,
A comédia à luz, à alegria.
O discurso, o curso, a ventania
A crença, a descrença, a agonia.
Tudo é grego, na língua eloqüente,
Concernente à falta de valia.
Não há um cerne confiável,
A provável verdade é ilusão,
Só os sentidos constroem em terra firme
Aos ouvidos o som é sempre igual
Análogos desejos retraídos
Construídos, mistura de água e sal
O fogo que arde dá a vida
E a vida que é água é sul real.
Sem Virgilio não tem vitoria aceita
Um perfeito vigor de discussão
Mas é Cícero um mais que rarefeito
Nas sentenças que fisgam o coração
Viva Roma que é sobra de grego
Tudo é medo vontade e prisão
Sem Aquiles não há um ponto fraco
Poesia, Homero, a perfeição.