Aquiescência grega

Aos gregos seja dada

Toda honra e glória da palavra.

Das rimas que faz a poesia,

Aos abismos da verbal filosofia

Tudo soar com doce afinidade, dos contrários,

À soma dos lados, às diferenças.

As tragédias, a morte com a vida,

A comédia à luz, à alegria.

O discurso, o curso, a ventania

A crença, a descrença, a agonia.

Tudo é grego, na língua eloqüente,

Concernente à falta de valia.

Não há um cerne confiável,

A provável verdade é ilusão,

Só os sentidos constroem em terra firme

Aos ouvidos o som é sempre igual

Análogos desejos retraídos

Construídos, mistura de água e sal

O fogo que arde dá a vida

E a vida que é água é sul real.

Sem Virgilio não tem vitoria aceita

Um perfeito vigor de discussão

Mas é Cícero um mais que rarefeito

Nas sentenças que fisgam o coração

Viva Roma que é sobra de grego

Tudo é medo vontade e prisão

Sem Aquiles não há um ponto fraco

Poesia, Homero, a perfeição.

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 09/05/2009
Reeditado em 09/05/2009
Código do texto: T1584176