A descida
Ele estava parado ante a janela. Já não sabia se era dia ou noite. Problemas cosmológicos normalmente não o atraiam; agora então....
Sua preocupação era outra: "como lidar com aquilo?". Objeto místico? Pouco provável. Valioso? Talvez. Depende do ponto de vista. Tudo depende do ponto de vista... mas principalmente aquilo.
Minutos se passavam e nada. Por que ele não fazia o que tinha de fazer? Ele não sabia como. E não sabia por onde começar. MENTIRA! Ele sabia muito bem e todos os meios estavam disponíveis.
O que foi feito, o que foi construído precisava desmoronar. Agora? Sim. Ele tinha plena consciência de que não poderia mais adiar... ainda hesitante... pé ante pé... não tinha jeito... pegou o instrumento... pouco respirava...
Lá fora, o telefone da vizinha tocava. Lá fora, o avião passava. Lá fora, a Terra girava...
E P. (o nosso herói) finalmente adentra o recinto e se prepara para iniciar a prova que tanto o atormenta:
desentupir a privada...