Olhares...
No seu olhar promessas,
Sedução, convite e fuga...
No meu olhar
Aceite, identificação
Certeza e dúvida....
Um momento tão fugaz e tão desmedido...
Nos olhamos e houve tanto significado
E também não houve significado nenhum...
No olhar a eternidade, nos gestos a polidez própria dos estranhos.
Palavras frias, ou nem isso, apenas palavras.
Frias unicamente em contraste com o fogo do olhar...
Reentrâncias...
Apertos de mãos, trocas de palavras, sorrisos,
Segundos em que tudo nada mais é que um andar em círculos,
Um reencontro da sedução e da fuga.
Passatempo do amor, passatempo para o amor.
Despedidas envoltas no véu da civilidade, embrulhadas de cortesias,
Momentos em que do olhar a fuga escapa apressadamente,
Deixando no ar a eternidade profunda dos segundos.
Palavras são desnecessárias.
Ao final uma promessa cálida,
Um Adeus, também desnecessário.
(Valéria Trindade)