É saudade...
É saudade...
Guardo aqui as conchas colhidas por nós,
Guardo também a memória dos dias,
A música que tornava audível o som da nossa alegria,
É em mim as cenas que fotografamos,
(As fotos ganham luz quando observadas)
Perscrutadas...
De um lapso entre o dezembro e o abril,
Foram dias preciosos, incrustados de bons ares, completos de afetos,
Não é um lamento ou dor,
Nem um sofrer descabido,
Nem sofrer é...
É sentir o belo, o memorável, o prazeroso,
É só um veio de falta,
É tão somente rememorar os dias quentes,
É revisar a chuva,
É um lapso, uma ausência...
Uma camada sutil de não ter perto,
É cheirar, aspirar sem te saber,
É não ver todo o teu azul,
É faltar,
É reter na retina a tua cena,
É aprisionar os teus dias
È conviver com a vontade,
É não ter aqui,
É procurar onde não estás,
É te achar no coração!
É saudade...