Branca solidão

Caía em neve, feito branco,

sem vontade de mostrar suas cores.

Seus amores, à muito eram estradas;

nada ajudava a curar dores

de se ter perdido amores.

Guardava para si

o sorriso que não foi,

ou que apenas despencou em lágrimas,

ou lástimas e choros.

Não queria se abrir novamente,

deixar outros verem sua alma.

Com calma, atravessava

a própria solidão.

Medo de outro amar,

receio de se mostrar arco íris

e depois, descorar,

voltar a ser branco igual estava agora.

Trancada em si mesma,

querendo às vêzes sorrir,

sentir-se viva e outra;

procurar lá fora, aconchegos e abraços,

traços coloridos de outrora.

Mas, sabia que à muito,

já havia passado sua hora.