tela/GUIDO VIARO/a polaca
FORA DO PORTÃO/NO JARDIM DE SOFIA (zocha)
Embora os meus olhos possam ainda,levitar sobre a paisagem daqueles paramentos de algodão e campos de organza, sobre os babados/dobrados que repicam , a lama das ruas nuas e a grande cúpula da Bizantina se assemelhe à lembrança de um radar à sinalizar para os extraterrestres, de repente é possível que a Vila G. não tenha revoado e continue a ser a mesma espécime milenar de península ou arquipélago, sob a qual dava guarida aos nossos sonhos e aos pesadelos e conversavamos abertamente com o sol sob a mesa redonda daquele planeta..Ainda me perco em suas ruas ora estreitas,ora largas, com seus bangalôs e chalés polacos bordados com seus beirais de lambrequins, a arquitetura das construções de pinho araucária erigidas sempre na vertical, os sótãos mal cheirosos e mofados com suas mansardas desafiam esta casa desdobrável do meu tempo . Por que te carrego assim tão dolorosa em minha alma minha senhora? Quem és tu que me pesa tanto e me levita neste estremecimento insólito? Um dia fui tua vestal, no coral te cantei frente ao retábulo, um dia te declamei na ribalta dos fundos do quintal e percorri tua topografia encravada de canteiros. Mas,havia um poço no fundo de teus olhos sempre de boca aberta no pátio interno de piso cimentado da casa da rua Goiás que eu chorava,haviam as bocas de leão, as rainhas margaridas, atrevidas,os cravos no jardim fechado com portão a cadeado e, mesmo assim eu me esticava sob meus pés sobre a cerca frágil de sarrafos ponteagudos e via o outro lado das tuas ruas e abocanhava , também, um pedaço daquele azul do céu com loucura,Havia uma escada?!...Sim,um dia te chorei infinitamente quando percebi que ias embora minha casa e eu iria ficar longe de ti... Quis fazer uma ponte levadiça mas ultrapassei o sinal e soprei-me e fiquei distante do meu país,estrangeira agora naquele novo porto sem giz o que eu iria escrever na lousa fria? Então A vida veio conversar comigo . Estava gorda , pesada e me esperava na caverna dos sentidos,fora do portão!
www.lilianreinhardt.prosaeverso.net
http://cordasensivel.blogspot.com
FORA DO PORTÃO/NO JARDIM DE SOFIA (zocha)
Embora os meus olhos possam ainda,levitar sobre a paisagem daqueles paramentos de algodão e campos de organza, sobre os babados/dobrados que repicam , a lama das ruas nuas e a grande cúpula da Bizantina se assemelhe à lembrança de um radar à sinalizar para os extraterrestres, de repente é possível que a Vila G. não tenha revoado e continue a ser a mesma espécime milenar de península ou arquipélago, sob a qual dava guarida aos nossos sonhos e aos pesadelos e conversavamos abertamente com o sol sob a mesa redonda daquele planeta..Ainda me perco em suas ruas ora estreitas,ora largas, com seus bangalôs e chalés polacos bordados com seus beirais de lambrequins, a arquitetura das construções de pinho araucária erigidas sempre na vertical, os sótãos mal cheirosos e mofados com suas mansardas desafiam esta casa desdobrável do meu tempo . Por que te carrego assim tão dolorosa em minha alma minha senhora? Quem és tu que me pesa tanto e me levita neste estremecimento insólito? Um dia fui tua vestal, no coral te cantei frente ao retábulo, um dia te declamei na ribalta dos fundos do quintal e percorri tua topografia encravada de canteiros. Mas,havia um poço no fundo de teus olhos sempre de boca aberta no pátio interno de piso cimentado da casa da rua Goiás que eu chorava,haviam as bocas de leão, as rainhas margaridas, atrevidas,os cravos no jardim fechado com portão a cadeado e, mesmo assim eu me esticava sob meus pés sobre a cerca frágil de sarrafos ponteagudos e via o outro lado das tuas ruas e abocanhava , também, um pedaço daquele azul do céu com loucura,Havia uma escada?!...Sim,um dia te chorei infinitamente quando percebi que ias embora minha casa e eu iria ficar longe de ti... Quis fazer uma ponte levadiça mas ultrapassei o sinal e soprei-me e fiquei distante do meu país,estrangeira agora naquele novo porto sem giz o que eu iria escrever na lousa fria? Então A vida veio conversar comigo . Estava gorda , pesada e me esperava na caverna dos sentidos,fora do portão!
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