Exceções
Rotina? Nunca gostei dessa palavra. Talvez por não aceitar estar sempre no mesmo lugar, talvez por meus pensamentos se confrontarem constantemente, talvez isso aconteça por pura antipatia com esse vocábulo... É, são muitas as possibilidades. Mas sei que acho pior que a palavra “rotina” a palavra “conformismo”. Imagina se conformar em não fazer aquela viagem? Imagina se conformar em não fazer o que se gosta? Imagina se conformar em não ganhar aquele beijo, aquele sorriso, aquele olhar? Imagina se conformar em não se descobrir, em não saber a pessoa que se é?
Mas haverá uma rotina boa? Será que há coisas que eu quero que sejam constantes em minha vida? Certamente... Entretanto, quando penso em momentos, em pessoas... penso também em mudança, aniquilo o estático e almejo o novo, o desconhecido, o intrigante... O mundo é tão vasto, há tantas pessoas nele, e é por isso que não quero estar sempre aqui, conversando com as mesmas pessoas, pensando as mesmas ideias.
Será que não tenho amor pelos outros? Será que não tenho amor por mim? Sempre me coloco à prova, sempre procuro conhecer o que há de melhor e de pior em mim e nos outros. Por que não me conformo com o que as pessoas me oferecem? Porque não posso, porque não consigo. Eu quero penetrar no meu eu, no teu eu. Eu quero ultrapassar os limites, chegar às nuvens e talvez lá eu repouse para, então, pensar em não voltar.