A mosca

A mosca, não a mosca azul

de Machado de assis,

Apenas uma mosca.

Uma barata, não a kafkaniana,

Uma baleia, não a de Jonas,

Nem Moby dick de Herman Melville.

Um corvo, não o de Allan Poe.

Um leviatã, não o de Thomas Hobbes.

O original, antes de de Jó...

A mosca volta, outra vez

Sobre meu azul celeste.

Um abutre perfumado

Ronda minhas narinas,

À sombra, um corpo pesado,

Não cede ao comando

Do espírito... Não quer lutar,

Já perdeu o combate.

A mosca voa sobre o mau cheiro

Que exalo... a putrefação é final,

Um cérebro que não produz

Riqueza mental deve

Ser devorado...

A mosca é o instinto...

Um monstro do subterrâneo.

Um verme que rói a razão.

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 24/04/2009
Reeditado em 24/04/2009
Código do texto: T1557324