A mosca
A mosca, não a mosca azul
de Machado de assis,
Apenas uma mosca.
Uma barata, não a kafkaniana,
Uma baleia, não a de Jonas,
Nem Moby dick de Herman Melville.
Um corvo, não o de Allan Poe.
Um leviatã, não o de Thomas Hobbes.
O original, antes de de Jó...
A mosca volta, outra vez
Sobre meu azul celeste.
Um abutre perfumado
Ronda minhas narinas,
À sombra, um corpo pesado,
Não cede ao comando
Do espírito... Não quer lutar,
Já perdeu o combate.
A mosca voa sobre o mau cheiro
Que exalo... a putrefação é final,
Um cérebro que não produz
Riqueza mental deve
Ser devorado...
A mosca é o instinto...
Um monstro do subterrâneo.
Um verme que rói a razão.