Um inseto
Um pensamento persiste
Em me tirar o sono... Qual
Deve ser o seu objetivo?
Vencer a barreira entre
O mundo das idéias,
Se materializar,
E se tornar objeto?
Um pensamento persistente,
Com uma voz estranha,
Latente... Dia após dia,
Como uma dor consciente.
Mas eu apenas penso.
Eu não posso prescindir
Do que ele sente.
Aceito... Seu argumento
É quase perfeito...
Não serei mais indiferente
Ao seu labor constante,
Ao infundir-me à alma
Um tom lucilante,
Um canto sobrepujante.
Soou forte. Foi sem rima.
O inseto cheira a rosa
Costuma dizer por cima
Aquele que chora e goza
Prefere soltar um grito
A calar em via lousa.
Sou poeta faço prosa.
Sobre minha mente repousa
Uma mosca negra malcheirosa
A causar-me uma forte cefaléia.
Há uma maldita discussão...
Agora é uma abelha que me fere
---Com uma agulha em fogo,
Em brasa, à imodéstia, à consciência.