VIDA DE PEÃO

Vida de Peão

Sabe seu moço, nasci lá no sertão, onde o galo canta as cinco e as seis a passarada faz um barunhão, nesse dia me disseram, ouve muita cantoria, meu pai ainda moço, reuniu a famiá e teve festa quatro dia, o tempo passou e a fartura que era muita a seca levou, papai caiu em desgraça e na cachaça se acabo, minha irmã mais nova, menina muito formosa, gostava de prosa e vestido de cetim, conheceu um caminhoneiro e na boleia do bruto caiu no mundo, mas logo abandonada por ele, tornou-se dama e hoje não tão formosa vende o corpo aqui e ali. Meu irmão, Mané, que dos seis era o mais veio, seguiu os passos do meu pai, e vive jogado nas porta dos butiquim. Um dia ditardisinha quando vortava da roça, Pedro que era o do meio, numa discurssão com João empreiteiro da cana, na ponta de um podão, perdeu sua vida, numa briga sem razão, Tonhó que era o mais moço, não aquentando o desgosto quis com as mãos se vinga, e num descuido da guarda na ponta do punhar de meu irmão, João viu seu fim chega, hoje o casula, condenado pelo crime, em uma sela vive a pena, minha mãe, não aquentando o sofrimento do fio mais moço, caiu na cama e passa os dias a chora. Eu conheci Mariana, moça linda e muito faceira, além de minha muei, era uma grande companheira, não me deixava abate nos momentos de tristeza, mas um dia, sobre uma mesa, tive que escoe, entre ela e Serafim, nosso fio, que hoje e tudo pra mim, deu sua vida pela dele, e ainda num urtimo suspiro me consolo dizendo anssim, "cuida dele como se fosse de mim", daquele dia em diante, junto com corpo delicado de minha Mariana, enterrei o pouco de vida que existia dentro de mim, meus dias são triste e minhas noite sem fim, por isso lhe digo seu moço, que as veis penso, que Deus esqueceu-se de mim.

Por: Orlando jr.

orlando junior
Enviado por orlando junior em 23/04/2009
Código do texto: T1555954
Classificação de conteúdo: seguro