CHÃO ESTRANHO

Olho a praça e não vejo a laranjeira. No alto do fio um pássaro canta. Não vôa meu sabiá. Chove mas o cheiro de terra não me invade.

Chego à porta, onde está a área, o pátio?

Quero olhar o céu, saio à rua, tudo é muito bonito mas cadê a singeleza do meu chão, o abraço do amigo, o latido do meu cão?

Volto pra casa sem graça, sento pra ver televisão. A velha tá na cozinha, prepara nosso feijão e vem logo com carinho trazer o meu chimarrão.

Dou um sorriso amarelo e digo de mim pra mim: - Te aquieta velho, te aquieta... O tempo é irmão que consola. Somando e diminuindo... A vida já te deu tanto! Vive agora o que tu tens.