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Escritor é Beija-Flor
Não me escondo por trás das palavras, mas minha transparência não é translúcida.
Sou guerrilheira que caminha pelos campos minados das emoções e qualquer buraco na alma se acalma, quando transcrito num grito, mesmo que esse grito não seja o meu.
Posso falar de amor, posso fingir sentir dor, posso brincar com a ilusão e criar mundos sem razão. Simplesmente, porque as palavras insistem em brincar com os dedos de minhas mãos.
Sou capaz de entregar meus pensamentos à loucura pelo prazer do desafio à minha alma e, ao mesmo tempo, navegar no oceano da calma para poetar.
Sou viciada em palavras, em momentos, em sentimentos, em encantamentos, em sofrimentos, em tudo que me traz movimento.
Pareço um pássaro sem ninho e qualquer árvore serve para me abrigar.
Porém, não me conte um segredo, não hesitarei em viajar por ele, sem medo, posso me transportar pro seu coração e descortinar qualquer emoção.
Transgredir é meu ato falho, mas não carrego culpas.
Sou escritor(a) – passarinho beija-flor – de sentimentos ágeis e irrequietos que voa em todas as direções. E em cada flor que encontro, eu marco ponto em busca de néctar para me alimentar.
Sou verdadeiramente - colibri - e desenho no ar coreografias que, no fundo, nem eu mesma sei como parar.