ABAIXO A POESIA!!
Não quero mais escrever poesia!
Não quero rimas, nem métricas, nem ritmos, nem sílabas contadas!
A vida é porventura medida em versos?...
Só lhe sei os avessos, os gumes, a desarmonia!
(Ai, que mania! Saiam-me da frente, consonâncias macabras!)
Que sentido há em forçar sentimentos,
em moldar lamentos, à custa de buscas inglórias,
de floreadas estórias, de mondas castrantes?...
Deus criou o Mundo imperfeito,
quem nos dá o direito do o profanar?...
A Vida é merda,
só não vê quem é não quer ou não enxerga!...
Mas tu, eu, que cegueira é a nossa,
que somos a troça do mundo real?!
Deus criou-nos um ser perfeito
para estragar tudo o que é natural...
Para quê tentar ser eleito,
julgar-se no direito de violar o original?
Saiam do caminho, rimas medíocres,
sinto-me patética, ensaiando estrofes,
que me ditam ecos de servilismo endémico!
Quero a liberdade da palavra,
que se faça aqui e agora,
por escrito, em hasta pública,
a alienação da hipérbole, a penhora da metáfora!...
E o eufemismo, lancem-mo borda fora!!
Quero ser livre de ser
poeta por puro acaso!
(quando descrevo um ocaso...),
sublime por natureza!
(quando defino a beleza...),
cantar como quem chora!
(quando a ternura me implora...),
rimar como quem fala!
(ecos tirados ao calha),
sangrar como quem porfia!
(um coração que expia...),
olhar como quem vê!
(o mundo em que se crê...)...
Porque...
..."se Deus nos deu voz, foi para cantar!"...
Não quero mais escrever poesia!
Não quero rimas, nem métricas, nem ritmos, nem sílabas contadas!
A vida é porventura medida em versos?...
Só lhe sei os avessos, os gumes, a desarmonia!
(Ai, que mania! Saiam-me da frente, consonâncias macabras!)
Que sentido há em forçar sentimentos,
em moldar lamentos, à custa de buscas inglórias,
de floreadas estórias, de mondas castrantes?...
Deus criou o Mundo imperfeito,
quem nos dá o direito do o profanar?...
A Vida é merda,
só não vê quem é não quer ou não enxerga!...
Mas tu, eu, que cegueira é a nossa,
que somos a troça do mundo real?!
Deus criou-nos um ser perfeito
para estragar tudo o que é natural...
Para quê tentar ser eleito,
julgar-se no direito de violar o original?
Saiam do caminho, rimas medíocres,
sinto-me patética, ensaiando estrofes,
que me ditam ecos de servilismo endémico!
Quero a liberdade da palavra,
que se faça aqui e agora,
por escrito, em hasta pública,
a alienação da hipérbole, a penhora da metáfora!...
E o eufemismo, lancem-mo borda fora!!
Quero ser livre de ser
poeta por puro acaso!
(quando descrevo um ocaso...),
sublime por natureza!
(quando defino a beleza...),
cantar como quem chora!
(quando a ternura me implora...),
rimar como quem fala!
(ecos tirados ao calha),
sangrar como quem porfia!
(um coração que expia...),
olhar como quem vê!
(o mundo em que se crê...)...
Porque...
..."se Deus nos deu voz, foi para cantar!"...