Voz

Meu dia sereno... Palpito as palavras que ainda não entendes...
Sufoco o dito escrito... Acaricio as tuas angústias.
Posso correr a lua... Posso olhar-te... Posso cuidar-te...

Alfinete, em palha... Agulha entre milhares...
Minha face que apenas sente... O que das tuas vontades liberas...

Seguir em coro... Ser a voz daquelas que desconheço...

Seresta... Secreto o meu paladar...

Soltar a voz daquilo que ainda não sabes...
Ser o teu sinal na garganta em dura face...

Posso colher as luas que ofereces...
Posso afinar as cordas da minha sanidade...

Mas, o dia foi em roda e canto...
Agora, preciso ser de outro tamanho...

O fim da minha voz que silencia...
As gotas que rolam a face vazia...

E a vida gira, ao redor de ti...
E as cores estampam as camisetas celestes...

A estrela e o grão de areia...
O calcário em forma de sonho...

Ah! Se eu dissesse o que realmente preciso...
Se eu ouvisse o que dizes em canto...
Seria a luz que precisas?
Ou permaneceria em outro tamanho?

Quem disse que o teatro é falho...?
Que as luzes abram as cortinas...!!!
Preciso contar-te algo...

Quem sabe um dia...


19:26