Beijo

Sentado no sofá
Olhando as figuras cuidadosamente colocadas na parede
Viajo a tempos que o tempo não esquece
Que me nego a abandonar
Que não deixo passar
Que o coração pede para lembrar.

Olhava-lhe nos olhos
A beira da fogueira
O som do violão ao vendo
A flauta
O tormento de beijar-lhe em pensamento
Sentir seu hálito
Salgar minha boca.

Nas janelas nossos pais em tormento
Olhando pelas frestas
Duas crianças no meio de tantas
A se olhar
A se amar
Afastadas pelo medo de se tocar
Sentindo o calor do fogo na face
Sentindo o desejo do enlace
Se beijar.

Envolvidos pelo instinto
Como se nada existisse
As bocas se chegaram
Lentamente
Como se o universo parasse
Como se a noite não acabasse
Meu primeiro beijo.

O som do violão aumentou,
A flauta exaltava
O fervor daquele primeiro beijo
Uma marca eterna
Nos corações dos pequenos amantes
Que sabiam
Sem saber
Que aquele prazer
Seria eterno para aquele pequenino ser.

Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 20/04/2009
Reeditado em 11/12/2012
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