Descasulando...
Que faz uma lagarta sair do casulo? É a “vontade”, mesmo que fisiológica, de viver. É a ordem da natureza, contrastada com a profunda beleza de apresentar-se ao mundo.
Entre fibras-correntes, uma beleza simples, colorida se transforma. Uma lagarta vira borboleta.
Não entenda, caro leitor, como depreciativa a imagem que fazemos da lagarta ou como esplendorosa a da borboleta que se liberta. O equívoco pode ser fatal, se formos deterministas ao extremo. Cada tempo tem a sua importância e a sua beleza.
O tempo de dentro do casulo é necessário e belo. O tempo de transição, também o é. O tempo da permissão, então, é mais que belo e necessário é imprescindível.
A natureza manda sinais. Mas o cotidiano e as imposições do mundo conservador, não nos deixa aproveitá-los.
Observemos mais a natureza... e aí seremos mais permissivos, mais generosos e sensíveis com a vida humana.
Ângela Pereira.
19 de abril de 2009.