PLÁGIO A PRIORI

O que está acontecendo agora realmente?

Onde estou inserido?

A escuridão é apenas relativa

Ou é real e por isso me entedia?

Eu a procurei?

A luz existe? Obviamente sim.

Mas e se esquecêssemos a fé em Deus,

Na certeza de ser perdoado, seria igualmente óbvio?

Relativando as coisas, os sentidos e tudo mais,

Percebo o quanto sou vazio, e às vezez cheio,

Por vezes triste, por outras, feliz,

Talvez não saiba dizer onde estou, ou quem sou

Já disse em outras com mais delonga,

Todos os meus disfarces,

Já conheci as esquinas

E já fui torturado em todos os cárceres!

E essa estrofe rimada é como meus pensamentos,

Saiu sem que eu quisesse,

Sem propósito, como se tivesse vida,

E forçosamente deslizou a caneta para escrevê-las.

Sou louco, sou cego, sou romântico,

Sou grosso, sou pobre, sou sonhador,

Sou o que não sou

E nada mais!

A caverna é estranha e fria,

Minha alma é assim como ela.

Na caverna não tem tempo, não tem calendário

Minha alma não tem signo, não tem itinerário.

A caverna é cruel, cega e envelhece,

Minha alma é como ela, nega e se endurece,

Onde e o quê é realmente essa caverna?

Será minha alma e ela a mesma coisa?

Quem deu nome às coisas, aos animais, aos sentimentos?

Por que não chamar minha alma de caverna,

E a caverna de alma?

Faria mais sentido.

Tá vendo aquele homem ali?

Pode ser um mendigo, um disfarce,

Pode ser até mesmo imaginação,

Mas lembre-se pode ser Jesus!

Por isso tenho medo e preferiria morar só,

Minha corrupção seria só minha,

Minha maldade e injúria seriam só minha,

Toda malevolência e perversões seriam só pra mim!

Com isso talvez morreria mais rápido,

E menos envergonhado,

Não quero às vezes ver essa luz,

E triste queria que a caverna tivesse portas...

Portas que nunca se abrissem,

Onde meu orgulho seria arremessado,

E depois do choque voltaria pra mim

Num misto de nojo e desprezo!

Desprezo de mim mesmo,

De meus pensamentos,

E do meu coração,

Desprezo seria minha refeição!

E assim dia mais dia seria desnutrido,

E fraco, cego, e louco,

Haveria então a primeira oportunidade

De colocar um adjetivo bom nesse texto... justiça!

Isso! Seria feita justiça, dado que,

Eu sou sonhador, um louco, pobre e faminto,

Egoísta, instável e sem retidão,

Estaria agora morto e derrubado no chão!

Abençoada caverna, cheia de assombração,

Viria então alguém e retiraria meu coração,

De uma só vez, usando a própria mão!

E num último suspiro eu diria: perdão, perdão!

Osmar Marques

Liomac
Enviado por Liomac em 19/04/2009
Código do texto: T1547880