NOITE
NOITE
A taça é de cristal, o vinho sanguinolento, o chão, de giz, e, a saudade, enorme.
O riso é alternado por lágrimas que banham o enorme canteiro de beneditas que me cobrem e à minha noite.
Uma réstia de lua invade o quarto, me invade.
Explêndida avidez, vasta ternura, mas, o tempo não é agora, fluiu-se no mar...dissolveu-se nas brumas que me percorrem e me avisam que têm sua própria tessitura.
As horas são lentas, as letras são lentas, eu, lenta.
A noite aos poucos se vai, eu me vou.
Até o cheiro do vinho, misturado com maresia, aos poucos finda.Findo.
Mas o chão de giz continua insistente, doedor...
Imperioso seguir, imperioso acordar, viver.
Amanheceu...