Passagens do Tempo
Da varanda, pela janela vejo,
ele passa sempre alerta,
em vários vagões,
em uma larga fumaça,
se vai. Deixa
o que todos deixam para quem fica,
deixa o que o futuro sega,
que o passado se nega a passar.
Neste tempo sem brilho,
nos foscos destinos,
início e fim.
A estrada de terra batida,
os carros passam ao seu destino,
as carroças se vão sob a tempestade,
os cavalos se embrenham na mata,
ou perfilam na estrada,
dia como outro.
O clima não vai ser como antes,
dona dália se foi.
A artrite não avisa aos vizinhos de fofoca,
os netos em polvorosa,
quem sabe se é chuva ou sol ?
as falas de dona dália,
que sabia nas dores,
os dissabores do tempo,
sexo dos rebentos,
meninas, se donzela ou não.
Seu neto se foi,
nas estradas dos campos,
para lugar que ninguém imagina,
procurar um algo que não temos,
não podemos.
Fazer da vida eterna,
fazer Rosangela bela,
não permitir que eu caia,
trazer dona Dália.
E o circulo se fecha,
quando meus netos em festa,
observam sorrindo,
um velho partindo,
em um dia de festa,
a testa enrugada,
os olhos se fecham,
para ver o que não se enxerga,
os vastos campos,
gramas verdes,
em um mar de paredes.
Onde está Dora?, há tanto tempo se foi e não me falou onde.
Onde está Aurora?, que em uma tarde quente não enxergou que eu estava ardente, procurando-a para um inconseqüente momento de divisão.
Onde está Márcia?, que jogando tudo que era possível, quebrou meu dente e sangrou minha testa, naquela noite sem despedida, bateu a porta, correu sobre a lua poente.
Onde está Claudia?,
Onde está Gloria?,
Onde está Sandra?,
Cassandra?.
Rebeca?,
Maria?, sem ela não dormia,
encostado em seu corpo tremia,
depois de uma noite fria,
chegava sedento, mas para o seu lamento eu dormia.
Onde?,
Onde?,
aonde?.
Nos corações de quem ama.
Da varanda, pela janela vejo,
ele passa sempre alerta,
em vários vagões,
em uma larga fumaça,
se vai. Deixa
o que todos deixam para quem fica,
deixa o que o futuro sega,
que o passado se nega a passar.
Neste tempo sem brilho,
nos foscos destinos,
início e fim.
A estrada de terra batida,
os carros passam ao seu destino,
as carroças se vão sob a tempestade,
os cavalos se embrenham na mata,
ou perfilam na estrada,
dia como outro.
O clima não vai ser como antes,
dona dália se foi.
A artrite não avisa aos vizinhos de fofoca,
os netos em polvorosa,
quem sabe se é chuva ou sol ?
as falas de dona dália,
que sabia nas dores,
os dissabores do tempo,
sexo dos rebentos,
meninas, se donzela ou não.
Seu neto se foi,
nas estradas dos campos,
para lugar que ninguém imagina,
procurar um algo que não temos,
não podemos.
Fazer da vida eterna,
fazer Rosangela bela,
não permitir que eu caia,
trazer dona Dália.
E o circulo se fecha,
quando meus netos em festa,
observam sorrindo,
um velho partindo,
em um dia de festa,
a testa enrugada,
os olhos se fecham,
para ver o que não se enxerga,
os vastos campos,
gramas verdes,
em um mar de paredes.
Onde está Dora?, há tanto tempo se foi e não me falou onde.
Onde está Aurora?, que em uma tarde quente não enxergou que eu estava ardente, procurando-a para um inconseqüente momento de divisão.
Onde está Márcia?, que jogando tudo que era possível, quebrou meu dente e sangrou minha testa, naquela noite sem despedida, bateu a porta, correu sobre a lua poente.
Onde está Claudia?,
Onde está Gloria?,
Onde está Sandra?,
Cassandra?.
Rebeca?,
Maria?, sem ela não dormia,
encostado em seu corpo tremia,
depois de uma noite fria,
chegava sedento, mas para o seu lamento eu dormia.
Onde?,
Onde?,
aonde?.
Nos corações de quem ama.