Posso?


Onde acordei!?... Já não sei...
Posso compartilhar os dias... Ser todas as Marias...
Posso reverenciar o dito... Dobrar-me em joelhos agredidos...?
Em vértices perfeitos, eu evoco o grito... Fogos de artifícios...

Onde escondi meu pranto!?... Nas telas líquidas dos dias...
Posso olhar-te em lua... Posso ser apenas tua?...
Encontro-me em outro tamanho...

Em Alice disco, rodopio... Em gato, posso viver sete vidas...
Posso lamentar os meus receios... Posso desnudar o peito?
Encontro os seus recursos... Os discursos que te norteiam...

Não vejo o rebanho em ordem... Vejo o alimentar das bocas famintas, em foco mais necessário.
Não atribuo ao outro o meu recado... Somente as cores do dia amanhecido...
Pão dormido... Que das faces faltam...

Giro em torno das coisas... Não ao contrário...
Não contrario o ato falho... Sou o teatro das curvas de cada esquina...

O bicho das cachoeiras... Os pés descalços... O iluminar da pele clara...
A lua com seu toque manso...
Os campos por onde eu corro...

As rodas que torneiam os calcanhares...

Posso com um dia assim?... Posso mover o mundo com os olhos...
Peças articuladas por vontades... Peças a tamanha diversidade!!...

E a posse das terras frias... E o poço a minar a água...
Poderia ser o passo dado... Posso ser apenas as escadarias...?

Posso olhar-te em face... Posso ser a dança cigana... Enlace?
... Passo...

06:18