Uma carta tem sempre grande significância.
Podemos tocá-la, cheirá-la, guardá-la.
Foi escrita por aquela pessoa e para sempre a
grafia será a mesma mesmo que a pessoa se
modifique ao longo da vida.
As cartas guardam lembrança e resgatam sau-
dades.
Hoje recebi de uma amiga muito querida uma
carta. Morando no exterior bem longe de mim,
na carta lembrou dos momentos felizes que pas-
samos juntas. Mesmo separadas a carta me
fez reviver e voltar ao passado.
A propósito disso lembrei que o escritor Rubem
Alves tem uma entrevista em que ele fala das
cartas. Trouxe um pequeno trecho para dividir
com vocês. Ele na entrevista se refere às cartas
de amor.
http://www.youtube.com/watch?v=vFST1BouaFE
Renato Russo, La forza de la vita
Pintura: Girl reading a letter at an open window - Vermeer (1657)
” Luíza de Andrade – O que o senhor acha das cartas de amor?
Rubem Alves – Acho comovente. Tem uma tela do pintor Vermeer que é uma mulher lendo uma carta. É um quadro que tenho no meu quarto. A carta só tem sentido quando os dois estão separados. A carta é um sinal de solidão. A gente escreve não para dar informação. As informações não têm a menor importância, porque elas não fazem parte da essência da carta de amor. O que faz uma carta de amor é o fato de que um tocou aquela folha e o outro vai tocar a mesma folha de papel. Assim, você toca a carta, mas o outro não está lá. É por isso que a carta de amor tem essa beleza triste.”
Sugiro a leitura da entrevista também!