PASSOS NUNCA DANTES DADOS

A luz desce a serra, trezentos mil quilômetros por segundo.
Você a sente num relâmpago!
Os roncos dos trovôes se confundem uns aos outros,
você se esconde de seus próprios fantasmas;
ouve-os,
amplia-os na extrema incapacidade de livrar-se de suas influências,
loucas incongruências
das reminiscências
de um dia acabado antes de iniciar
pela falta absoluta de ter o que fazer.

Ter de sofrer com fantasmas ignorantes e apavorantes!
Deixar os amores,
senhores da sorte
sem rumos de sul e nem norte;
mais dói na alma, que a calma daquelas megeras no aguardo de alguém a vitimar e
a improvisar como vassouras-veículos-alados-desmotorizados, 
uma bruxa na prática da bruxaria-agonia 
por ironia de destinos femininos-masculinos ainda intra-uterinos.

De repente, num só repente, a luz se vai.
As trevas voltam. 
E nada houve, porque nada se disse e mais nada se dirá.