Prédios...

Ângulos... Retângulos... Passatempo... Catavento... Movimento...
Um homem, em movimento... Paredes que vejo a rodear teu rosto... Em prédios, solto o teu giro de imagens...

A pele escorre as lacunas das vestes... Ser o vácuo de um tempo perdido... Ser aprendiz de um índice temporal...
Um olhar, nas entranhas da alma... O teu reflexo, nas gotas do vendaval...

A roupa, em negros panos... A voar, pelas frestas do que vejo... Movimento...
A câmera do tirar o foco... O rodopio do ângulo escolhido...
Nas alturas, estás... Apresento-me ao teu discurso... Sou teus planos... Plano chão, dos andares de passos largos...

Quero que o presente seja eterno... Nas lâminas das cores que escolhemos...
Sinto o dedilhar das cordas-bambas... Sinto a face-sol...
Num correr pelas telas... Telhas de um circuito preciso... Posso escorrer meus dedos sobre o óleo da palheta misturada...

Meu pensamento...
Apenas um recorte das coisas ditas... Aprensento-me aos teus pés... Sou a imagem por mim criada... Retalhada, feito colcha costurada...
As cortinas, em vulto balançam... Nos prédios que vejo-te em lage...

A música em meus ouvidos... O lacre da boca que se rompe... Das últimas palavras soltas... Do sussuro da tua boca...
Um toque... O lamber da proximidade de significados... As fronteiras, que tênues se rompem... O andaime de significantes...

Prédios... Prédios...
Enlouqueço a olhar o céu em contraste... Poderia ouvir-te para sempre...
O sentir, por vezes tamanho, é o vício das víceras...
Posso colher as flores que águas... Sou de outro tamanho... Exata!

Corri luas às tuas palavras... Fui cigana das tuas argolas...
Meu vestido, nas cores que abraças... Meus momentos... Meu parecer ingrata...

Poderia ouvir-te para sempre... Ser Diana a cuidar das matas... Pés descalços são as minhas asas...
E tu, em carinhos notas... O que a imagem desfoca...

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