Luar Imaginário.
Todo fim de tarde, quando Deus cansado apaga o sol e repousa, vou para janela apreciar Sua poesia luzindo na escuridão. Tudo é silêncio!
Meus pensamentos, aves de arribação, partem da escuridão e se perdem na imensidão. A lua levita, me evita e lá vou eu a sonhar!
Sonho agradecida por tudo que a vida me oferece e em feitio de prece agradeço pelo pouco que abraço. Talvez pelo cansaço de muito sonhar em vão. Sonhar prá quê, se o sonho é a árvore que a ave do tempo não pousa, é o verão que não repousa, tanta coisa, coisa vã... É o vício do ócio. Ofício de solitário, tal e qual, a lua no meu céu imaginário!
(Marisa Rosa Cabral)