Briga de Botequim

Briga de Botequim

Maju Guerra

Sai bem tarde de casa,

Ele não havia chegado,

Fui direto ao botequim,

Sabia que ele lá estaria.

Quando vi a outra mulher

Perdi a cabeça e corri,

Dei-lhe logo um safanão,

Dois tapas, agarrei os cabelos,

Foi sacudidela pra todo lado,

A criatura ficou sem ação,

Pensava que eu era idiota.

Disse coisas impublicáveis,

Nem tinha idéia do que sabia,

Mas numa situação daquelas,

Cada palavra que fosse cabia.

Ela devia saber quem eu era,

Disso eu não podia abrir mão.

Ele levou um grande susto,

Queria desapartar a briga,

Empurrei-o com toda força,

O homem de fato se assustou,

Não conhecia esse meu lado.

Mulher ciumenta, já dizia meu avô,

É pior do que cobra peçonhenta.

Despediu-se depressa da coitada,

Atônita, descabelada e arranhada.

Foi me seguindo de cabeça baixa,

Pedindo desculpas, fazendo juras,

Dizendo que era tudo besteira,

Outra igual não mais aconteceria.

E é bom mesmo, eu falava baixo,

Porque de outra vez não sei não,

vai todo mundo parar na delegacia.

Maria Julia Guerra.

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