Segredo
Hoje solidão puxou o lençol... O dia nascia meio gris e frio...
A recordação do sonho noturno deu mãos dadas ao meu silêncio, juntos contavam-me o meu próprio segredo, aquele que eu escondo com os livros pra estudar, com o cansaço do trabalho, na alegria com os amigos, no aconchego familiar...
Disseram que eu tenho uma refém chamada Saudade... Ou seria eu a sua refém?!
Mas essa saudade sequer podia ter sobrenome, nem estava presa com o passado...
Ela aparece no telefone que não toca pra perguntar como foi o dia, na cadeira vazia do cinema, no almoço do domingo, nos dias de conquistas, no final da semana cansativa, nas mensagens que não chegam, no tímido sorriso sem espectador, no olhar perdido sem par, nas risadas bobas por provocar, nas noites de lua cheia ou quando toca uma canção...
É solidão, não precisava lembrar... A saudade é ainda sem nome e vou regando o meu jardim pra ela pisar... perfumando seu caminho, plantando os meus sorrisos soltos como flores...
Podem ser colhidos um dia... pra dar nome á essa saudade!
Raiana Reis