IMPULSOS DO AMOR
A voz silencia. O pensamento relaxa. A alma levita. Surge a inspiração. O poema flui. Aqui e acolá, faço uma pausa. Troco a emoção pela razão. Depois, retorno ao devaneio, espreguiço-me. Entrego-me ao prazer, com a absoluta nudez que o romantismo sugere. Deleito-me sobre a folha de papel, rabiscando o que vem a ser o prazer. Tento explicar o inexplicável. Impulsos, que somente o amor pode provocar. São lembranças, momentos vividos a dois, quimeras inesquecíveis de um tempo que vai bem longe e que hoje faz-me poetar, falando do meu para um outro coração, descrevendo minha saudade em miúdas rimas, entre o sorriso de felicidade, a lágrima do adeus, e o lamento dorido da mais profunda solidão.