Amanhã
Do lado avesso do céu estava Ele, perfeitamente nítido, onde todas as coisas são apenas coisas. A imensidão do seu olhar relutava contra os desejos inoperantes, tudo aquilo que traria dor, ódio, ópio e alucinações. Ele veio convicto na sua andança, passou e feriu seu medo, gritou um ano, um alto, uma lástima. Certeza do amanhã, melhor sem atrozes, sem qualquer cheiro fétido dos hipócritas, afastados os amores incríveis, as paixões duradouras, os olhos na boca carnuda e nos seios avantajados. Parou o tempo, Ele olhou através do céu e chorou, viu habitar a essência do bruto, cru, sem lapidações sentidas, embora pareçam evoluídos, nada são, nada foram. Beijou a testa do bem, mandou seu guardião que retornara sem boca, sem olhos, sem acreditar. Ele não conseguiu, eu ainda tento, e você, o que fará!?