{Ainda chove...}
Ainda chove. As chuvas, necessárias, sempre hão de vir.
Depois o sol. Hibiscos pela alameda e buquês de vermelho-vida sobre verde-úmido. Secura também há de ter. Sol incrustado na terra molhada. Amarelo ocre, acre coberto de pó, de sol e o rio cortando o branco.
Furta-cor metamorfoseando os ares.
Hoje, sábado, chove.
E de repente a vida deliciosa se abrindo reservadamente como uma fresta de escuro de um fruto fresco. Frescor e doçura.
Hoje, sábado, cajus no pé bem ao alcance das mãos, peguei a chuva dentro dos cajus ao alcance da boca, a chuva dentro da boca escorrendo por lábios, pescoço, barriga... molhando o barro. Chove dentro do todo e tudo é tão pouco, e tudo nem é tão acre assim.
O sol explodindo dentro do caju como um coração querendo sair, entrando pela boca. Uma quentura molhada de chuva tão doce. Não pode? E é tão bom... se ainda chove.