Desencanto

Ao longo da vida vamos cultivando valores, sentimentos, crenças e tantos outros "ingredientes" que formam nossa personalidade e nosso caráter. Esse "cultivo" vai definir quem nós somos.
Pois bem, em uma determinada fase de nossas vidas, achamos que já nos conhecemos e que esse conhecimento nos torna capazes de controlar os sentimentos e tudo aquilo que pretendemos fazer ou sonhamos.
Balela, pura balela.
Não controlamos nada, não sabemos nada, apenas sonhamos...
Sonhamos que somos capazes de escolher a quem amamos, se amamos ou se deixamos de amar, decidimos que seremos isso ou aquilo, se faremos esse ou aquele negócio...
Quem dera que fosse assim... As estradas, os acontecimentos, os sentimentos nos levam a destinos não imaginados, esperados, sonhados.
O príncipe vira sapo, ou ao contrário, o sapo vira príncipe, a profissão sonhada fica para segundo plano pois sobreviver é muito mais importante, aquela viagem tão desejada vai ficar na fila de espera (prioridades nos obrigam a viajar apenas em pensamento), a perfeição com que sempre idealizamos a vida já não é tão importante se pessoas surgem e nos fazem rever nossos valores e conceitos...
É, tudo isso acontece, não tem como evitar, mas o pior de todos os "desencantos" é descobrirmos que somos impotentes diante de situações que antes conseguíamos controlar tão bem. Ou seja, o forte descobre-se fraco.
Essa é a grande desilusão, a grande perda da vida... Descobrir que não somos quem durante uma vida inteira pensamos que éramos...
Bernardete Maciel
Enviado por Bernardete Maciel em 02/04/2009
Reeditado em 09/04/2009
Código do texto: T1519457
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