Por que?
Como é grotesco possuir a felicidade em nós… ser felicidade… e não dar por isso… Não discernir que ser feliz não é característica sequer qualidade… Que, por fim, ser feliz não é inerente a quem tem vida.
Como é que nunca se pensa deste modo no tempo em que se é feliz?
A felicidade não ocupa distância nem momento… Altera-se em tudo isto sem mobilização de forças. E, sem chamar a razão, faz acreditar que vai permanecer…
Enquanto existe, é protagonista de taciturnidades de sorrisos, de instantes, de instantes… imediatos… em abundância…. Não enuncia o nome, não se apresenta de outra forma sem ser aliada à, igualmente reservada, serenidade.
Todavia… quando o tempo dela(s) acaba, acaba da mesma forma a habilidade de viver sem ir ao íntimo de nós… de viver sem constatar o espaço desabitado e o momento antes simples de transpor.
É, quando se percebe tudo isto, quando o sentir não se exibe em faces de felicidade, que se exige o talento de habituação à triste inexistência de ser e, mesmo desse modo, ser feliz.