"NA FEIRA DO SUPERMERCADO E DA ANGUSTIA"

Hoje, apesar da minha insistência em não viver, fui à feira.

Do auto de minha torre de angustia

Construída com tijolos de tristeza

E argamassa de desislusão

Rejuntado com muita desepero,

Vejo pessoas sorrindo, brincando e comprando.

Sou eu, a únca pessoa infeliz neste mundo?

Sou eu, aquele ser desprezível sem sonhos?

Sou eu, a criautura expúria das glória da vida?

Sou eu, tudo que não sou?

Sou apenas um observador do alto de minha torre invisível e intocável de amargura e desespero, que ninguém consegue ver.

Meus olhos ficam a fitar as pessoas, e cada uma delas causa em mim uma certa inveja de seu sorriso, de seus gestos, de sua felicidade, de seu contentamento.

Do alto da frieza de minha torre, não vejo nada que me dá sorrisos, alegria, bem estar, e vontade de viver.

Só uma imensa distância de tudo que é bom, de tudo que é saudável, de tudo que dá prazer.

Não, não vejo nada de bom, mas a vida me empurra para isso, preciso continuar vivendo, até não sei quando, até não sei aonde.

Até eu ser premiado com o bilhete da morte, espero que nesta loteria...

Pelo nemos nesta!... eu tenha mais sorte que as pessoas que estão sempre a sorrir, pois de minha lápide, com certeza esboçarei o mais feliz dos sorrisos.

O sorrido do nada...

O sorrido do silêncio...

O sorriso da escuridão

O sorrido do pó, afinal quem em vida só foi pó, literalmente chega so seu objetivo "ÉS PÓ E AO PÓ RETORNASTES".

Hoje eu fui á feira do supermercado...