NOITE FRIA

É noite fria e os pássaros não me acompanham. Sou “todo ouvidos”, mas o som do silencio impera no ar viciado do si lente canto em que me escondo. Deveras que uma poesia se faz do nada, ou melhor, do tudo de um sentimento, e sinto apesar de tudo que hora de comungar meus versos. Aguardo no céu os pássaros chegarem, os ventos uivarem para a dança das folhas.São minha inspiração face ao frio que me incomoda e faz doer minha mão. Pouco é o tempo até o crepúsculo, espero uma estrela mentir sobre a musa que me fez chorar..., como mentem essas meninas, sabem ao certo,a dimensão de suas belezas e do tempo longo que lhes é dado para caminhar. E eu perdido entre a vontade de um poema, o céu de lume intenso e o frio cortante que me leva relutante ao meu ultimo gesto. Que meus sonhos me tragam o ultimo verso desse viajado esquema.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 07/05/2006
Reeditado em 07/05/2006
Código do texto: T151644