Acaso

As ruas finas... Feito a chuva que escorreu pela vidraça...
Hoje, o dia foi assim... Parece o baú de que tanto falo...
Servi aos propósitos do acaso?... Tanto caso, por algo que é nuvem...
Só eu sei o que de fato ocorre... Nem tu... Nem ninguém conhece o quanto das minhas veias corre...
Prestar atenção no que é sentido... Não perceber o que isso foge ao controle...
Posso ver as ruas finas...
Cada circular das rodas que deslizam...
As mãos...
Em qualquer canto do peito poderias encontrar o teu respirar... Posso anunciar ao cosmo o que está a festejar...
São sinos... Hinos... Cânticos de heras... São feras...
O dia que anuncia... O sol que aquece a face... O enrolar-se...
Não há como defender-me disso... Não há como salientar o dito... O feito... O efeito...
Não entendes... O cuidado em vida?... Sou de outro tamanho...
E, se por ventura, meus pés não cheguem ao chão... Peço ao chão que encontre braços... Que enlacem as minhas atitudes... Que seja sono eterno o que parece vulcão...
Procurar a resposta correta... Ser a alma que um dia silenciei...
Quantos passos, brincadeira de criança... Quantos beijos colocados na balança...


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