CINZA

Hoje, estou cinza. Neutra, desfalecida.
Estou em um estado... em que me pesa o pensar!
A minh’alma emudeceu... Meus dentes travaram!
Deito e não quero acordar. 
Até as letras, fluem compassadas, negando-se a dar vida ao ofício... Preguiçosamente... Reticentes. 
Vão fluindo... como  que se brotassem de uma nascente entupida!
Ah! Ânimo para gritar!...
São tantos os pesares, dores, desamores... Horrores!
Insatisfações, pressões!
Fingimentos... Adequação  imposta! 
Uma vez na vida quero gritar: BOSTA!
Sou humana! 
Estou cinza!...
Ainda bem, que não estou preta! – nada contra!

Amo o preto e o vermelho –  O meu escrever concerne ao fato, de que o cinza é neutro... É bom receptor! De cores várias: fortes, amenas...  É base! É fundo!...
Implica, que,  embora cinza... posso voltar a viver! 
Aguardo o amanhecer.



EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 31/03/2009
Reeditado em 09/02/2010
Código do texto: T1515478
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