Gritar é preciso...

As vezes acordo com vontade de gritar. Acho que todo mundo sente ou já sentiu essa vontade alguma vez em sua vida. Vontade de gritar...gritar o grito da alma, aquele que ninguém ouve e que só você conhece bem. Aquele grito que de vez em quando te sufoca, de tão vivo, tão forte que ele é.
O silêncio permitido por nós, exigido pelos outros, pode ser o medo da exposição, de enfrentar os fantasmas, os desejos. Medo de não ser compreendido, aceito... "A vida" nos impõe condições de convívio e tudo que é diferente daquilo que se espera de um bom "cidadão", de um bom filho, de um bom empregado, de um bom chefe,de um bom marido ou esposa, "precisa" ser calado, sufocado. Mas chega uma hora em que o silêncio fica tão profundo, tão intenso, que começa a nos arrastar para o "buraco negro" de nossa alma. Nesse momento "sentimos" a necessidade de gritar, de encher os pulmões de ar, de jogar tudo para o alto , buscar lá no íntimo o fôlego para emitir um som tão intenso, tão alto, que "abalará" outras almas, outros corações que também se encontram aprisionados, oprimidos pela falta de coragem de gritar: EU EXISTO.
Aí, depois do grito, da coragem, vem o alívio. A visão desanuvia, as pernas criam "músculos", os braços se revigoram, e os caminhos antes traçados no silêncio, emitem "luzes sonoras" que irão mostrar a nova trajetória, o novo viver.
Grite, grite seu grito mais alto, mais forte, não deixe que o silêncio devore o seu eu...não se deixe arrastar pelo grito calado... lute, sobreviva, enfrente...vença, cresça, mude...
Bernardete Maciel
Enviado por Bernardete Maciel em 30/03/2009
Reeditado em 09/04/2009
Código do texto: T1514263
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