UM OLHAR DISTANTE...
À beira da calçada, de calças curtas,
chinelos desgastados, um olhar distante...
O menino franzino contemplava o nada,
absorto pelas emoções do pensar.
Aquele olhar distante,
parecia traduzir algo que procurava, ao ermo,
sem poder encontrar.
O olhar introspectivo sintetizava
a dureza,no coração, guardada.
Assim vi aquele ser: no silêncio, de sua reflexão,
despido de toda sorte de proteção!
Eu me perguntava: quem sou,
frente à tamanha dor?
Dor estampada naquele par de olhos azuis,
emoldurado por uma face
morena e bela,
e tão desprezado da sociedade!
Tunin.
Ilhéus/março/2009.