VIDA MINHA...
AHH, vida minha, ínfima e arredia que de presente deram-me
No meu nascer neste mundo, se eu soubesse que me serias
Assumida em dias pré-estabelecidos, talvêz não quizesse
Ter visto a luz que, no meu parto, minha mãe deu-me sem
Lhes pedir.
AHH, vida minha, que, vivê-la tenho, sem querer e querendo,
Sem nada a saber do que me irá acontecer de bom ou de ruim
De certo concreto ou de errado incerto, no claro ou negro
Futuro áspero ou ameno, me servido com dose mínima ou
Máxima.
AHH, vida minha, sempre vou estar à mercê de alguém para
me orientar, pois, aqui neste mundo não estou sòzinho, uma
Pessoa do sexo opôsto ao meu perambula por aí, e lhes dizem
que a sua alma gêmea anda por aí, e que, breve, bém breve,
Se encontrarão, se tocarão e se apaixonarão, isso pôsto, nada
Mais é que, obviedade de destinos.
AHH, vida minha, saibas, a qualquer instante de barulho ou de
Silêncio, se deve estar atento, de antenas ligadas via satélite
Da expectativa, porque, de repente, pode surgir, entrementes,
Do nada, o amor que se aguarda, a alma gêmea que por aí anda.
AHH, vida minha, enquanto que, nada de excepcional me acontece,
Vou lhe vivendo e lhe levando, como meus pais me disseram,
Você, vida, que meu destino tece com o fio da permanência
De minha breve ou longa existência.
Portanto, permaneço em meu canto, no aguardo, calado, pelo
alguém que se destina ser meu por amá-lo.