Infinito agora

Independente de quantas vezes eu ler esse tarot, nunca vou entender porque os enamorados é sua carta mais recorrente... Assim a vida passa com as mesmas cores, feito um cortejo fúnebre... você não faz nada, por estar atado na indecisão, no medo... e o seu medo é simplesmente medo de ser feliz, pois nesse estado travado em que você se encontra você acha que está resguardado, mas não vê que já é infeliz se auto-limitando, negando o gesto, embotando as palavras de uma frieza somente aparente, pois dentro você tem um vulcão prestes a eclodir em raiva ou em paixão. Antes fosse em paixão, e fosse em meus braços, e tudo estaria resolvido. Como eu queria que você admitisse, mesmo que fosse só por um segundo, que você não é de ferro não, que você precisa não só de sexo, mas do jardim das delícias... amor verdadeiro, carícias que te levam ao extâse supremo, doçuras celestiais... tocar os anjos... coisas que qualquer um pode fazer por você, não é meu rei...

independente de quantas vezes eu ler esse tarot, nunca vou entender porque o cavaleiro de copas vem trazendo a taça mítica dos nossos sonhos, nossas alianças... por que o hierofante vem sempre te aconselhar e por que você não se deixa levar uma vez pelo coração... aquela parte boa, que quer amar e ser amado... aquela inconsequente, pueril, que poderia dizer dane-se o mundo, eu quero é o amor de minha amada... será que pode acontecer? porque você, vida, sorriso de sol, milord, meu rei, e todos os outros nomes pelos quais te chamei em todas as vezes em que quis trazer do fundo da alma um resto de lembrança dos fios dourados desses teus cabelos... e que na sua lembrança você me levasse na sua bruma...

porque independente de quão a vida possa se tornar miserável sem a sua presença, eu tenho que seguir vivendo... porque independente de quando eu perguntar a todos os oráculos se você me ama e a resposta for, sempre a mesma, que sim e você continuar me dizendo não... a vida pulsa aí fora e eu tenho que continuar vivendo... porque independente das máscaras que utilizas pra te proteger de mim, ou pra me ferir, ou pra poder dizer o que o palhaço diz fazendo graça ou o que o homem não admite nem pra si mesmo... aleluia às máscaras!

independentemente de quantas vezes forem adeus, meu infinito agora está parado no tempo... naquele dia exato em que disseste não posso viver sem ti, naquele brilho daquele olhar, naquele amor... está parado ali... uma cena congelada em minha memória, o inalcançável... tua ternura... nossa... saudade daquele você...

Cacau Segobia
Enviado por Cacau Segobia em 27/03/2009
Código do texto: T1508687
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