Torre

Vejo, além dos vultos... Posso ter tudo incluso...
Correr linhas no artefato... Ser o fato... Sem o nada!
Ser o nada... Pensar sobre isso...  Filosofar!
Pensar nas colheitas feitas... Nos grãos que morreram cedo... Olhar...
Olho os caminhos mais lentos... Olhos os outros em movimento... Posso tocar e não vejo...
Quem entenderia?... Quem, em vivência, saberia?
Subi a parte plana... Pensei serem nuvens... Era chão.
Fui à torre, para novas descobertas... Gritos em blocos... A torre está na terra... Coberta.
Então, conclui-se o gesto... Um cisco, que golpeia a vista... O outro que  vê a luz, o outro apenas seduz... Reluz.
Risos soltos... Sou eu, agora... Nem sei do que falo de fato... Uma vez é gasto... Outra vez é gado...
Querer o gado... Querer o riso do gado... Ser aquilo que odeia... Mas, ser gado?...
Tenho os olhos atentos aos ditames do dia... Tenho as mãos contornando meu corpo...
Abraço a vida, que me rodopia... Sou de outro tamanho!
Descobri coisas... No baú que mantenho. Ser a luz, às vezes, cega... Ser o cisco, é um problema serio...
Tenho nas mãos a escolha... Volver o corpo em giro... Vínculo, Porta ou Ternura? ... São três eixos, num só abismo.
Mergulho fundo em todas as pontas... Aprendi a colher cada gesto...
Hoje, sou bem mas a ternura... Porque de superficial já me basta o resto...

Em verdade... Eu digo, agora... Que verdades eu não tenho... Sou o avesso de tudo... Sou o que dizem ser o meio...


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