{Acordo...}
Acordo com a porta batendo e o som de pá raspando o chão arenoso, mas não há obras por perto. Acordo e me pergunto o que estou fazendo? Que lugar é esse? O que acontece?
Tento pegar a sombra, tento pegar tento.
Escavo-me. A_tiro os destroços, os estilhaços, os entulhos da antiga cisterna do meu terreno vadio, ruínas de um velho galpão abandonado, daquela invasão na cidade grande. Ouço as vozes, ecos do turbilhão. Toda invasão é uma entrada para uma saída.
Pedregulhos a carregar, calos nas mãos.
Me debruço sobre as palavras, entre uma e outra: abismos, escuridades, vertigens. Me debruço na sacada do apartamento, eu à beira, à espreita, tenho pressa, nem sempre sei esperar. Ah, que perigo, a cabeça fica zonza com essa altura e fundura a que me coloco e, na ponta dos dedos dos pés me espicho ao máximo, ao alcance de. Me escalo para me alcançar, o próprio meio sem fim, inacabado, inalcançável. Sem saída! E lá eu quero a saída? Eu também me adentro ser afora.