Não chegarei à inatividade.
Sou um homem
que não conhecerá a velhice.
Não terei paciência
para conviver com a passividade senil.
Tenho um organismo fraco
que foi derrotado pelo estudo das artes
Sobretudo pela filosofia...
Meu modo estranho de vida
não esperará a morte natural..
A calma ociosa que a poesia reclama
me fartará... Eu farei aquilo que tenho que fazer
antes que possa ser vencido pela força
motriz que arremata a alma antes
que o corpo caia inerte com o sangue inativo.
Morre-se primeiro a alma ativa,
Cativa continua alma física que nos empresta
O vigor para andar e fazer nossas necessidades fisiológicas.
Morre o homem, não a alma que ele conduziu
Que ele alimentou com música e poesia essencial
Ao ato apoteótico que diviniza Deus no homem.
Não a metafísica, não a física.
Sim à alma poética que habita em ti...
Poeta és tu caro leitor que bebe a seiva vital,
a alma de todos os poetas mortos.