Não chegarei à inatividade.

Sou um homem

que não conhecerá a velhice.

Não terei paciência

para conviver com a passividade senil.

Tenho um organismo fraco

que foi derrotado pelo estudo das artes

Sobretudo pela filosofia...

Meu modo estranho de vida

não esperará a morte natural..

A calma ociosa que a poesia reclama

me fartará... Eu farei aquilo que tenho que fazer

antes que possa ser vencido pela força

motriz que arremata a alma antes

que o corpo caia inerte com o sangue inativo.

Morre-se primeiro a alma ativa,

Cativa continua alma física que nos empresta

O vigor para andar e fazer nossas necessidades fisiológicas.

Morre o homem, não a alma que ele conduziu

Que ele alimentou com música e poesia essencial

Ao ato apoteótico que diviniza Deus no homem.

Não a metafísica, não a física.

Sim à alma poética que habita em ti...

Poeta és tu caro leitor que bebe a seiva vital,

a alma de todos os poetas mortos.

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 25/03/2009
Reeditado em 13/05/2009
Código do texto: T1505931