CONTRADIÇÃO

Entre duas flores nasceu o meu amor. Uma, flor castiça e jovem, vitalizada pelo sereno das manhãs, de ternura e compreensão infindáveis!
Outra, já maculada pelos atos e pelo orgulho, também emurchecida pelas mãos inescrupulosas de um jardineiro hipócrita. Infelizmente, a que eu mais amei!
Atroz dúvida assalta meu coração perturbado: escolher o belo e o feio; a virtude e o vício; o desvelo e o abandono. Enfim, ainda não escolhi o meu santuário.
Sei que a flor mais nova exala a fragrância e a pureza das rosas de maio; a mais velha, por sua vez, tem as raízes aprofundadas na perdição, mas, suas atraentes pétalas, revestem o meu desditoso coração.