Hoje pensei em você
Hoje sentei,
Sentei e pensei:
Em você.
E tentei colocar os pingos nos is e entender o quê você fez, quando e porquê. Mas não consegui e fugi. De mim mesma, de tudo, mas não de você. Não consigo, não sei te esquecer. E por mais que eu tente e fuja, lá de longe sempre aparece aquele tipo de coisa que incomoda, atormenta e me leva de volta ao tempo, o tempo, aquele que era nosso (ou era pra ser, pelo menos) e que você jogou fora e eu também. Quando não tentei, insisti, te agredi pra te fazer entender essa coisa que agora você insiste em desenterrar e me desarmar. E que idiota eu fui quando não briguei, gritei e fui árdua com você. Quando não olhei nos seus olhos e tive coragem de passar por ridícula, se fosse isso o necessário, ao tentar colocar na tua cabeça que você era capaz de me amar, que eu era digna de valer tentar. De descobrir você sem medos e ser sua, por inteiro, como nunca fui. Desmascarar essa coisa que te deixa (ou pelo menos deixou) tão distante de mim, tão distante de sentir, de me sentir, de me ter, de ser meu, de fazer o nosso tempo, nossa hora, nossa vida. Mas hoje o tempo é outro e como dói perceber. Sabe aquela música? Aquela que diz: Quando o sol encontra o céu? Então, essa música, a nossa, em minha opinião, ainda não terminou de tocar. Ainda continua aqui e por mais que eu passe meses sem ouvir, quando opto por sofrer ao ouvi-la, a letra sempre aflora e eu canto junto, junto com meu choro. Esse que escorreu hoje pelo meu rosto, por você. Por nós. Chorei o não saber, o não entender. Chorei a dúvida do que você sente, do que eu sinto, do que somos um pro outro. E o que seremos afinal e se e quando. O pranto foi doído, mas durou apenas o tempo da música. Hoje sou assim, isso aprendi. Racional. Às vezes me surpreendo até. Por não ser eu, ser apenas um ser que parece não sentir e reagir. Quando você é tão objetivo, exato, no seu modo de ser. Oito ou oitenta, ou nenhum deles, não importa. O lema é viver. E isso também me incomoda: porque você não me ama! E como aquela outra música diz: Eu não posso te fazer me amar, simplesmente porque você não me ama. Triste, não? Muito. E foi essa música que ouvi por dias seguidos quando decidi te esquecer e ser racional, mais uma vez. Escondi, camuflei, desviei de você várias vezes quando senti um perfume, quando uma música tocou ou quando uma imagem qualquer me surgiu aos olhos ou à lembrança, whateva. Eu que acreditava, de verdade, que a gente podia dar certo. Você com todo esse seu jeito incompreensível de amar, mas também com sua música e seu jeito heart n' soul de ser. As atitudes doces e carinhosas que eu tanto apreciava. E hoje um blues qualquer me fez lembrar da tua casa, da tua sala, naquele tempo de Natal. E eu quis estar lá, mais uma vez e ouvir a música, chegar mais perto, sentir teu corpo e teus lábios... Sentir você como ainda não consegui, ser apenas e somente sua, sem mais nem menos, simples e objetiva, mas acima de tudo: completa. Será que algum dia vai haver um lugarzinho pra você tatuar meu nome, além da sua pele? Mas tudo bem, as coisas ainda não tiveram fim, não. Continuo sustentando a promessa que te fiz e até hoje não foi nenhum esforço. E você sabe que aquela música, aquela do sol e do céu, ela é otimista, esperançosa? E ela diz exatamente o que eu sempre senti sobre nós e o que você me disse outro dia no telefone: muita coisa ainda vai acontecer e nós vamos ficar juntos. So, when the sun meets the sky, I'm gonna take a ride ang get to where I do, when your love is gonna call me home, I'll return to you the way you want me to and oh we'll sing...