Lágrimas dos Anjos
Lá fora chove torrencialmente, e eu aqui dentro de um quarto fechado. Quarto cheirando á velho, com folhas de papel espalhadas pela cama.
Sinto minha vida escapar-me pelos dedos, assim como a fumaça do meu décimo cigarro escapa pelo assoalho. Estou escutando a nostálgica música de Amy Winehouse, cuja letra tenta explicar a morte. E minhas idéias tentam dar sentido a vida?
Inutilmente pego a caneta e o papel e tento descrever meus sentimentos, mas entre pontos e vírgulas, me perco.
Ainda chove lá fora. Será que a chuva são as lágrimas dos anjos? Se até eles choram por que eu tenho que fingir felicidade? Perdi minha vida e não tenho coragem de encontrar a morte. Covardia! É o imperativo que guia minha passagem por esse mundo.
Eu meu próprio vampiro.
Eu meu próprio final.
Eu dono de mim?
Agora é hora de dormir pois acabaram os meus cigarros.