Simetria

Sentado a beira da cama, sofrendo a quase perda de meu pai, estou eu a idolatrar meu pequeno príncipe, não que eu seja um rei, mas acho que os príncipes, assim como nos contos de fadas, chegam para salvar. O meu príncipe não tem cavalo nem princesa, ele se contenta apenas com s simples calmante que aparentemente exala de seu dedo polegar ao tocar os seus lábios, e assim caindo em um sono angelical.

Estou imóvel e em perfeito estado de graça, até o choro do meu príncipe soa em perfeita sintonia em meus ouvidos, seu sorriso, então chega aos meus olhos como um teatro mágico, que me deixa bobo e sensível como uma pétala de rosa a voar por um jardim.

Aí estar: toda a simetria de uma vida, de um lado a dor de ver meu pai sem ação, sem sentidos, apenas com a vida; do outro, talvez como uma suposta recompensa, Deus me concedeu um anjo só meu, um anjo que na é na verdade o rastro e a certeza da minha imortalidade, pois assim como meu pai irá continuar, mesmo após o seu provável padecimento, vivo em mim, eu continuarei sempre vivo no meu filho, nos meus netos e bisnetos até a eternidade.

A vida nos põe sempre divididos, sempre entre contradições. Eu, você e com certeza todo ser humano se ver compreendido entre: o bem e o mal; o velho e o novo; o certo e o errado; o bom e o ruim; o tudo e o nada e principalmente entre a vida e a morte.

Dezwith Barros

20/01/2009

Dezwith Barros
Enviado por Dezwith Barros em 20/03/2009
Código do texto: T1496254
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