Sem Sombra de Dúvida.
Floresceu a dúvida no jardim de Flora que chora e ri, que ri e chora e se perde suspirando, imaginando coisas e ignorando o tempo e as horas...
Anda tão desligada e num desleixo imenso, que até penso:
_Meu Deus! Coitada de Flora!
Toda dúvida é cruel!
Maltrata fundo, destrói um mundo e nubla o céu!
É sombra fria que a luz do dia não pousa. É pensamento redundante que não repousa.
É o simples advento, que, caprichosamente a alma acolhe, mastiga, engole e rumina...
E a dúvida oscila entre o sim e o não!
E, longe da paz, a alma definha num tanto faz, só causando confusão.
Ah, duvidar pra quê, Flora?
Em terra arada pela dúvida, certeza não aflora!
Marisa Rosa Cabral.