*__________Voragem*
Sou... sílaba inominável
Verbo que não conjuguei
Pronúncia que ainda não intensifiquei.
Espectro colorido do poema
Este que já sonhei e não ousei escrever
Letra verde que nunca alinhei
Linha timbrada de descaso, do meu sofrer.
Página em branco
Que espera os desenhos das máscaras
Das tantas ilusões, das tristes farsas
De tudo que já presenciei.
Serei talvez os discursos estridentes
Da Alma e da Razão eloqüentes
Nos embates vermelhos da paixão
No estupor lírico do coração.
Mesmo assim não me perco do sonho
Nem da permanência da emoção
Do assombro renovado da descoberta
Das minhas, tão minhas fugas encobertas.
Sou febre imensa que consome
Nos dedos incontidos, que ardem
Em chagas, em dores dessa voragem.
Em versos, suspirados das trôpegas conquistas
Sou fome...sou busca constante da palavra viva.
Karinna*
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Karinna
Enviado por Karinna em 19/03/2009
Reeditado em 19/03/2009
Código do texto: T1495242